quarta-feira, 24 de junho de 2009

Estilo normando

... As casas também me chamavam atenção. Aquelas fachadas com toras de madeira em forma de X estão em todo lugar. Antes eu chamava isto de estilo germânico, lembrando-me das fachadas das casas alemãs que eu conhecia. Como não estava na Alemanha, achei que haveria outra denominação. Quem sabe, trata-se de um estilo normando...

Na época em eu era aluno de engenharia, estudei a mecânica e a resistência de materiais. Aprendemos que estruturas de nome treliças são as mais fortes formas de se construir um arranjo estrutural. Uma espécie de triângulo de forças. Aquelas fachadas lembraram-me as treliças. Com um único X, pode-se criar quatro triângulos.

Os homens da idade média já pareciam saber disto. Suas casas ainda estão em pé. Interessante... Em Rouen, situa-se o mais antigo restaurante de toda França. Data do século XIV, ou seja, tem setecentos anos. Ele é feito com treliças. Nossas vidas poderiam ser feitas de treliças. Como seriam treliças que nos construiriam?

Que maluquice de pensamento... ou, quem sabe, já sejamos feitos de treliças, afinal, não somos corpo, alma e espírito? Bem, se isto tem fundamento, então por que não duramos? Talvez, o problema esteja na distribuição das forças. Sobrecarregamos o corpo, esquecemo-nos do espírito e vendemos a alma. Desta forma, não há homem que resista. Trecho de meu livro, escrito em 2004, Rouen, França.

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sexta-feira, 12 de junho de 2009

O vencedor ensina-nos a vencer

"Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e, a quem bate, abrir-se-lhe-á" Mat. 7:7-8

Jesus investiu grande parte de seu ministério nos ensinando. Quando somos ensinados, alcançamos entendimento. E este entendimento é como um presente que capacita aquele que o recebe a efetuar a obra que o SENHOR lhe confia.

Quando Jesus faz a declaração registrada em Mateus, capítulo 7, versículos 7 e 8, Ele revelava um grande segredo. O desejo de Cristo é que seus filhos alcancem alvos em suas vidas, agindo em perseverança, através de um relacionamento com o Espírito Santo.

Nas instruções dados por Cristo, Ele mesmo nos incita a trilharmos até três etapas na busca por resultados: PEDIR, BUSCAR e BATER. Vejamos cada uma delas.

PEDIR

A 3º lei de Newton nos afirma que a cada ação corresponde uma reação. A Bíblia nos ensina que há uma lei espiritual semelhante. A ação de PEDIR dispara o princípio: Pedimos e recebemos. O PEDIR é a ação e o receber é a reação. “Pedi e dar-se-vos-á”, afirma o texto sagrado. E continua: “Pois todo o que pede recebe”. Aqui vale a pena destacar: Esta não é uma exceção, é a regra. Também não é para alguns cristãos, porém para todo cristão, desde que ele peça.
Neste nível de oração há o envolvimento entre EU e DEUS. Aquele que pede e aquele que dá. Somos somente nos dois, face a face, olho no olho... Ele aguarda que eu peça e eu aguardo que Ele responda.

O PEDIR é o fundamento do alcançar alvos com êxito. É o princípio básico. Eu peço e espero que o SENHOR aja. Esta é a primeira etapa.

BUSCAR

Na seqüência, Jesus nos dá a liberdade de BUSCAR por aquilo que havíamos pedido. Este nível está alicerçado no fundamento anterior. Funciona como uma escada. Não se pode construir um segundo degrau sem que ele esteja apoiado no primeiro. Nesta etapa, já não encontramos mais um cristão acomodado, pois o BUSCAR denota uma ideia de ação. Então, estão presentes EU, DEUS mais a AÇÃO.

Quando agimos, significa que temos maior fé do se assim não fizéssemos. Não simplesmente acomodamo-nos aguardando uma resposta, porém nos movemos com o objetivo de encontrar a resposta. Este é um nível mais sofisticado na busca dos alvos no Reino de Deus.

Exemplo bíblico é a história de Ana. Orou pedindo a Deus um filho. Ela alcançou o “SIM” de Deus quando PEDIU. No entanto, se ela não tivesse mantido uma relação com seu marido, nada teria acontecido. Mais tarde, ela viu, porque agiu, porque buscou. Ou ainda, Moisés, que pedia a Deus ajuda diante do Mar Vermelho, porém Este o advertiu: “Disse o SENHOR a Moisés: Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem”, ou seja, agora não é hora de pedir, mas de agir! Êx. 14:15.

BATER

Jesus nos afirma que a conseqüência do BATER é o abrir. Nesta etapa envolvemo-nos EU, DEUS a AÇÃO e o PRÓXIMO. Por quê?

Quando bato, obviamente espero que outro abra, pois se eu mesmo pudesse abrir, não teria batido. Este nível de oração é o que Deus deseja que alcancemos e pratiquemos, pois é nele que envolvemos pessoas. Este nível é mais nobre que o primeiro, pois não nos envolvemos somente com Deus, sem nos relacionarmos com outros.

No BATER também está implícita a especificidade do alvo. Significa que amadurecemos a ponto de encontrar exatamente aquilo que buscamos indo em direção a ele. O BATER também é a ação do coração. É ele quem BATE. Deus olha e vê que seu batimento é aquilo que expressa seu íntímo e contribui para que a porta seja aberta. Muitas vezes não recebemos o que pedimos porque Deus sabe que na verdade nosso coração não bate aquilo. Quantas vezes pedimos coisas hoje que nem mais nos lembramos no dia seguinte?

Para alcançarmos algo, precisamos que nosso próximo nos ajude. É por isto que necessitamos uns dos outros e até mesmo daqueles que não suportamos. Nas mãos daqueles que não suportamos está a chave para determinadas bênçãos que temos pedido incessantemente a Deus.

Devemos nos relacionar bem uns com os outros e sempre nos perdoar. Deus espera que tenhamos paz com o outros, pois Ele sabe que aquilo que anelamos está nas mãos do nosso irmão. Foi Deus mesmo que quis que fosse assim. É a maneira dele nos envolver um na vida do outro. Se tudo dependesse de nós mesmos, quem suportaria nossa arrogância? Só estamos onde estamos porque alguém acreditou em nós algum dia ou não.

A falta de perdão é o fracasso do homem. Significa que nunca alcançaremos muitas coisas durante toda vida. Não que Deus não nos deseje abençoar. Isto não tem nada a ver com Ele. No entanto, Deus olha para nós e diz: “Filho, não está comigo, está com teu irmão...” E nosso próximo nunca nos abrirá a porta.

APLICAÇÃO

PEDIR, BUSCAR, BATER foram citados nesta ordem não por acaso.

Conforme crescemos na vida cristã, Deus deseja que amadureçamos em nossa carreira e maneira de nos relacionarmos com Ele. Por isto, temos a liberdade dada por Cristo de trilhar três etapas.

Quando éramos crianças, nossos pais entendiam nossas atitudes de crianças e seria incoerente se nos exigisse algo fora de nossa capacidade. No entanto, é esperado de um adulto um comportamento condizente com sua estatura.

Alguns alcançam no PEDIR, outros ao BUSCAR, e ainda outros, ao BATER.

Muitos não alcançam porque só pedem, outros até buscam e acham, porém não batem. E é por isto que muitas vezes eu e você nos frustramos.

A estatura espiritual em que nos encontramos ou a que Deus deseja que alcancemos determinará em qual destes níveis devemos trilhar. É através de um relacionamento com o Espírito Santo, em que Deus gera em nós o querer e o efetuar para que alcancemos alvos no Reino de Deus.

Devemos agir, pois a fé sem obras, sem ações é morta. E sem um relacionamento com o Espírito Santo, nunca saberemos o que PEDIR, quando BUSCAR e onde BATER.

No fundo, quando trilhamos estes três níveis em direção à conquista, alcançamos um maior envolvimento e conhecimento de Deus. A oração é o pretexto de Deus para que estejamos mais perto Dele. Eis a razão porque isto é assim. Ministração para o culto de juniores e adolescentes em 07/03/2009, sob o título Jesus, o Mestre.

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sexta-feira, 5 de junho de 2009

Acorda, Pedro!

Momentos antes de Jesus ser levado preso, ele dava suas últimas orientações aos seus discípulos. Conhecedor das profecias a seu respeito, declarou aos que o seguiam uma passagem:

Ferirei o Pastor e as ovelhas do rebanho ficarão dispersas. Mas, depois da minha ressurreição, irei adiante de vós para a Galileia Mat. 26:31-32.

Com isto, Cristo dizia a eles: "Quando me virem sendo preso, saiam, corram, dispersem-se. Encontrem-me mais tarde na Galileia". Pedro ainda não levava muito a sério seu Mestre Jesus. Após ouvir a orientação, opôs-se a ideia, ao invés de sair, e preparar suas malas para a viagem...

Mas Jesus replicou: "Em verdade te digo que, nesta mesma noite, antes que o galo cante, tu me negarás três vezes" Mat. 26: 34.

E Pedro continuou a duvidar: "Ainda que me seja necessário morrer contigo, de nenhum modo te negarei..." Mat. 26:35.

Mas Cristo conhecia as Escrituras e também conhecia a Pedro, e assim, sabia que em breve seu discípulo estaria se metendo em confusões e apuros... Jesus não quis discutir, mas intentou ensiná-lo. Uma lição que jamais esqueceria para o resto de sua vida.

Como parte do plano para livrar Pedro, Jesus foi orar e o levou junto consigo. Ele sabia que a oração levaria Pedro a alcançar o entendimento de que necessitava. Na presença de Deus ele teria seu entendimento aberto para que compreendesse as Escrituras. Também levou consigo os dois filhos de Zebedeu.

Jesus afastou-se para a oração. Ao retornar, viu que os discípulos dormiam. Como alcançariam a revelação de Deus sem comunhão com Ele? E nesta ocasião, Cristo revela a Pedro antecipadamente o motivo do seu futuro fracasso:

Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca Mat. 26:41.

Vigiar é o mesmo que observar atentamente. Observar o que? A orientação que Cristo havia dado. Pedro havia desprezado a Palavra, não dando ouvidos a ela. Mas Jesus o advertiu dizendo que deveria vigiar nela, e orar, porque a oração traria a ele a revelação, o entendimento de que necessitava. Sem o entendimento não há obediência.

Jesus foi bem claro ao dizer que esta revelação o impediria que "entrasse em tentação", ou seja, existe um lugar de perigo, de exposição ao mal. E nele Pedro não deveria penetrar, para que não falhasse.

Cristo também mostra que compreendia perfeitamente o coração de Pedro quando afirma: "...o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca". Aqui, Jesus afirma que entendia Pedro e sua disposição em segui-lo até a morte como afirmou minutos atrás. A veemente afirmação de Pedro: "Ainda que me seja necessário morrer contigo, de nenhum modo te negarei", retrata seu espírito pronto.

Contudo, Jesus sabia que apesar da prontidão do espírito, a carne não estaria disposta ao mesmo. E por isto, deveria seguir a orientação e correr para não entrar no local da tentação. Mas Pedro não entendeu isto. Minutos depois a Palavra se cumpria. Os soldados chegaram e os discípulos dispersaram-se:

"Tudo isto, porém, aconteceu para que se cumprissem as Escrituras dos profetas. Então, os discípulos todos, deixando-o, fugiram" Mat. 26:56.

Pedro continuava a desobedecer. Ao invés de correr, tentou defender a Cristo e cortou a orelha do soldado. Nesta hora foi repreendido mais uma vez...

Depois que todos dispersaram, Pedro continuou em sua sequência de equívocos. Na verdade, ele deveria ter se dispersado com os demais. A Palavra porém afirma:

"Mas Pedro o seguia de longe, até o pátio do sumo sacerdote e, tendo entrado, assentou-se..." Mat. 26:58.

Jesus ensinou-lhe que vigiar e orar fariam com que não entrasse em tentação, mas agora, Pedro "tendo entrado, assentou-se..." Ao entrar no pátio, Pedro estava exposto desnecessariamente ao perigo. Ali ele estava vulnerável. A partir de então, foi alvejado por uma sequência de tentações. Pedro viu os soldados batendo em Jesus. Teve medo e o fruto foi negar ao Mestre. Sua carne revelou fraqueza. E agora, onde estava aquele Pedro de espírito pronto, disposto a morrer por Cristo?

Quando o galo cantou, Pedro acordou. O galo foi o despertador, ou seja, Pedro entendeu a estupidez que cometera. Ele entendeu finalmente a orientação de Jesus e de que ali não era o lugar em que deveria estar. Depois disto, agiu:

"Então, Pedro se lembrou da palavra que Jesus lhe dissera: Antes que o galo cante, tu me negarás três vezes. e, saindo dali, chorou amargamente" Mat. 26:75.

Somente quando Pedro obteve o entendimento, agiu em obediência. Saiu de onde nunca deveria ter entrado. Mas, era demasiadamente tarde. Agora, sofria desnecessariamente tremenda dor.

Pedro aprendeu a duras penas a vigiar. Mas agora, trilhava o caminho certo:

“Seguiram os onze discípulos para a Galileia, para o monte que Jesus lhes ordenara.” Mat. 28: 16.

Pedro compreendeu que, a observância e o entendimento, teriam poupado seu coração de todas aquelas amarguras. O entendimento vem em nosso relacionamento com o Espírito Santo através da oração. Escrito em 05/06/2009

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