terça-feira, 26 de maio de 2009

Minhas primeiras letras

Ainda me recordo das minhas primeiras letras. Eu completara meus sete anos e meus pais me colocaram na escola. Era a primeira série.

Antes disto, porém, um dia lá em casa, meus pais conversavam sobre o fato de seus filhos irem à escola aprender. Conversa vai, conversa vem, e eu, como toda criança que gosta de elogios e atenção, escrevi num pedacinho de papel as vogais, tais como as apresento abaixo:


Corri até a minha mãe, orgulhoso de mim mesmo e mostrei o que eu fizera. “Viu mãe como já sei as vogais!”, disse com contentamento. “Estão certas, não é mesmo?” Ela concordou.

Então eu fui para a escola. Um dia, a professora pegou nossos cadernos de caligrafia para uma tarefa. Ela escreveu as vogais e pediu que copiássemos até que a folha acabasse. Copiava, até que percebi um sinal nada familiar. Então pensei: “O que é isto? A professora deve ter se enganado...”. Terminei a tarefa e entreguei o caderno para a professora, que ao verificá-lo, pareceu confusa. Eis o que ela viu:



Mediante tal resultado, chamou outra professora e mostrou o que eu escrevera. “Por que será que ele fez isto?”, perguntou-lhe. Ela respondeu: “Não sei... Peça que faça novamente”. E assim foi. A professora apagou e eu consertei. Ela nunca soube o porquê daquilo. Mas eu sabia. Obviamente, eu tinha mais confiança na minha mãe do que em qualquer outra pessoa. Então cedo, logo entendi, que atrás de cada ação há um pensamento, por mais incompreensível que possa parecer.

Passaram-se os anos. Tentei melhorar minha escrita. Certamente ainda não sou de todo bom neste ofício. Por isso, peço aos caros amigos, que se em algum momento um erro eu cometer, não me julguem tão severamente, pois ainda tenho muito que aprender... Escrito no verão de 2006.

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quarta-feira, 20 de maio de 2009

A receita e o bolo

Alguns dias atrás, ao meditar em um texto da Palavra de Deus, veio-me a mente uma imagem: um homem com uma receita de bolo nas mãos. Inquestionavelmente tratava-se de uma receita deliciosa, e o homem gabava-se de conhecê-la. Onde ele ia, mostrava aquela receita aos seus amigos e a lia com entusiasmo, tentando convencer aos que o ouviam que saborosa receita era!

Por fim, viu algo que mudou sua vida: encontrou outro homem com um delicioso bolo em suas mãos, feito da mesma receita que ele tinha nas suas.

Caindo em si, finalmente entendeu: seu maior prazer, encontraria em praticar, e não somente em conhecer...


E o texto no qual eu meditava é:


"Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos" Tiago 1:22.

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Ser mestre: uma grande responsabilidade


"Meus irmãos, não vos torneis, muitos de vós, mestres, sabendo que havemos de receber maior juízo" Tiago 3:1.

É necessário que tenhamos um entendimento correto da Palavra de Deus para não cairmos em erros e levarmos muitos a praticá-los. Por causa disto, infelizmente, existem muitas heresias e falsos ensinamentos. Acredito que tais erros, na maior parte, surjam, não de forma intencional (afinal de contas, qual pregador consciente de sua responsabilidade em Cristo gostaria de cometer uma heresia?). Todavia, falsas interpretações podem levar milhares ao inferno e, é verdade que muitos são usados pelo diabo.

Recentemente, ouvi de um pregador que Martinho Lutero ajudou na colonização dos Estados Unidos da América, indo de cidade em cidade e fundando vilarejos (motivo pelo qual esta seria uma nação de maioria protestante). Pelo que a história conta, Martinho Lutero começou a Reforma, na Europa, por volta do ano de 1517, século XVI, ou seja, a América era recém descoberta.

Os Estados Unidos da América foram colonizados pelos ingleses muitos anos depois e, Martinho Lutero, um alemão, nunca colocou seus pés em continente americano. Não serei conservador e farisáico a ponto de elevar a erudição ao princípio mais importante na pregação do Evangelho. Os próprios apóstolos Pedro e João foram considerados "indoutos e iletrados" (Atos 4:13), porém, o Espírito de Deus agia através deles e os doutores da lei ficavam admirados com sua sabedoria.

Tenho consciência de que a revelação do Espírito Santo está acima de qualquer conhecimento humano. Contudo, preocupa-me que um erro como o citado anteriormente coloque em xeque a credibilidade do pregador e da pregação, pois, se há um erro como este, quantos outros conceitos e informações incorretas existiriam na mesma mensagem transmitida? Necessitamos manejar bem a Palavra de Deus, como sugere o Apóstolo São Paulo a Timóteo (II Timóteo 2:15) e, vigiar, para não transmitir mentiras e falsos ensinamentos ao povo de Deus. Trecho extraído do texto Irão realmente os tímidos para o inferno?, escrito em 2004, Rouen, França.

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segunda-feira, 18 de maio de 2009

Era uma vez uma igrejinha...


Quero contar uma parábola. Era uma vez uma igrejinha (não usei o diminutivo pejorativamente, porém significa que era uma pequena congregação...), onde havia uma irmãzinha que ficava na porta da frente recepcionando aos que chegavam. Ela tinha uma sorriso lindo e transmitia através dele, paz, simpatia, gentileza e amor notável a todos quantos a cumprimentavam.

Um dia um casal não cristão que há muito tempo planejava uma visita a igrejinha que ficava a poucos metros de sua casa, foram recepcionados pela irmãzinha. Aquele sorriso ao recepcioná-los tocou profundo no coração de ambos e eles se sentiram tão bem recebidos e amados que começaram a freqüentar as reuniões. Aceitaram a Cristo e começaram a fazer parte do corpo.

Alguns meses depois, numa reunião familiar, o jovem homem compartilhou com os demais sua experiência de conversão e disse: "Eu e minha esposa fomos tocados pelo amor de Deus neste lugar no dia em que chegamos, e aquela senhora na portaria nos recebeu. Entendemos muito pouco acerca do que o pastor pregou, pois para nós tudo era novo, porém o sorriso dela nos cativou". Ouvindo isto, muitos outros irmãos sorriram e disseram que com eles havia ocorrido o mesmo. Deus usava aquela irmã na portaria para ganhar almas e se dependesse somente do pastor, quem sabe o casal nem mesmo tivesse retornado.

Muitas irmãzinhas nas portarias têm conquistado almas para o SENHOR. Fica evidente que o local onde Deus nos colocou é o melhor local reservado em todo universo. O lugar daquela irmãzinha não era um púlpito, nem uma sala de aula de escola dominical, porém Deus queria usá-la na portaria, um lugar que aos olhos naturais é menos importante que o altar. Muitas vezes aqueles que estão nos bastidores são os grandes conquistadores. O detalhe é que faz a grande diferença. O detalhe que nem se percebe. Um frango que gira num forno de churrascaria é tentador, sobretudo se se está com fome. A grande decepção é levá-lo a boca e descobrir que não tem sabor. Alguém esquecera de colocar o sal. O sal não aparece mais que o frango, porém sem ele, o frango por inteiro perde seu valor.

Quando eu era criança, costumava fazer fantoches de papel mâché. Eu os construía, porém eles eram tão sem graça... Depois eu pintava uma sobrancelha, pregava os olhos, pintava os detalhes das orelhas e quando terminava um boneco estava pronto. Dependendo do modo como eu pintava, da cor da espuma e lã que colava para fazer seus cabelos, eu criava crianças, mulheres, velhinhos e velhinhas. Os detalhes eram transformadores. Somente a cabeça e os braços não significavam nada.

E, quanto aos discípulos que têm se sentido não mais que um mero detalhe no corpo, gostaria de parabenizá-los, porque, tais como os bonecos que construía, são os detalhes que embelezam e tornam o corpo de Cristo tão maravilhoso. O importante é sempre ser um detalhe, independentemente da posição que ocuparmos. Somos um detalhe maravilhoso cujo único que deve realmente aparecer é Jesus Cristo, pois como disse João Batista: "É necessário que ele cresça e que eu diminua" (João 3:30). Adaptado da versão original escrita em 2004, Rouen, França.

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quinta-feira, 7 de maio de 2009

Desde pequeno eu tinha um sonho


Desde pequeno eu tinha um sonho. Habitava na mesma casa de meus pais e meus irmãos. Era uma casa pobrezinha, feita de madeira, e tinha um grande quintal. Agradava-me cultivar as flores e desejava ter um jardim.

Um certo dia, tive uma grande ideia: cultivaria meu próprio jardim em frente a minha casa. Carreguei muita terra para cultivar as flores e também a grama. Passava quase todo o dia com os aparelhos de jardinagem trabalhando sobre o solo. As semanas passavam... a grama e as flores cresciam! Isto me alegrava muito.

Quando era quase o dia findo e a noite caia, regava a terra e as plantas. O meu jardim não era ainda como os jardins que via nos filmes ou nas revistas, contudo, o amava muitíssimo.

Um outro dia, meu irmão me chamou. Alguém arrancava a grama do meu jardim: era minha avó! Infelizmente, era muito tarde.

Depois, decidi não plantar mais, pois era muito difícil cuidar das plantas e estudar para as provas da escola. Assim, o tempo passou... mudei-me para uma outra cidade onde encontrei flores nas ruas!

Desde pequeno eu tinha um sonho... e ainda o tenho. Adaptado da versão original em italiano, escrito em 12/08/2008

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segunda-feira, 4 de maio de 2009

Sem amor nada seria

"Ainda que eu falasse a língua dos homens e dos anjos e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria..." I Co 13:1-3.

Algumas semanas atrás, recebi em meus braços uma criança. A pequena parecia muito triste e abatida, e segundo sua mãe, estava doente. Abracei a princesinha do SENHOR com muito carinho e a trouxe para a sala de aula.

A maior parte do tempo ela ficou sentada no canto da sala, sem se envolver com as demais crianças. Eu a observava de vez em quando, para ver se ela continuava bem... e ela de vez em quando vinha e me envolvia com um abraço, e depois, retornava ao cantinho dela...

Em determinado momento, ao vê-la tão inerte, pensei: "Vou orar por esta criança". No entanto, um segundo após meu pensamento, um sentimento invadiu-me: "Não ore!". Fiquei confuso. Como não oraria por ela? Mesmo assim, obedeci, esperando entender o porquê daquilo.

Conforme o tempo passava, envolvíamos todos nas atividades de sala de aula. A princesinha vinha e foi acolhida com muito carinho, abraços, beijos e atenção. No final daquela aula, coloquei-a em meus ombros e corríamos de um lado para outro da sala. Ela ria e se divertia e eu nem sabia o que estava fazendo, pois em nenhum momento agi pensando em levantar seu astral.

Logo, chegou o fim. A mãe da criança veio, e a levou. Alguns minutos depois, aquela mulher retornou com um dos maiores sorrisos que eu jamais vi em seu rosto. Ela perguntou-me com regozijo: "O que foi que tu fizeste com minha filha?" No primeiro instante eu não entendi sua pergunta. Contudo, ao compreendê-la, respondi: "Eu não fiz nada", e já não era a mesma criança que fora deixada por ela naquele lugar. Uma lição aprendi desta história: Não importa o que fizesse, sem amor, nada seria...

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