Esta aconteceu hoje e, tão logo soube do caso, resolvi colocá-lo no papel...
- Tu não vieste ver-me ontem, disse-lhe a vaca, um tanto consternada.
- Desculpa... é que... eu estava muito ocupado com pensamentos.
- Pensamentos? Posso saber?
- Eu pensava naquilo que provavelmente falta em minha vida.
- Falta em tua vida? Mas... que poderia te faltar?
- Também não sei... Pensei, pensei, pensei... mas, não encontrei.
- Então que te faz pensar que te falta algo?
- É que sinto como se faltasse. Não sei bem como explicar... às vezes, a vida parece tão monótona...
- Eu poderia ajudá-lo a descobrir.
- Tu farias isto por mim? Se tu podes, continues!
- Pois bem, antes de continuarmos, corra até tua casa e traga o livro de receitas de tua mãe.
- Livro de receitas? Como assim?
- Vamos, corra lá e traga o livro. Tu não queres que te ajude?
- Eu não entendo como isto pode me ajudar, mas, se tu insistes...
O menino correu até a casa e voltou cerca de uma hora depois com o livro de receitas de sua mãe. Ficou contente em trazê-lo sem que algum adulto o questionasse do porquê levava-o consigo ao campo.
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quarta-feira, 8 de junho de 2011
sexta-feira, 3 de junho de 2011
Coração, bastão, interpretação
Hoje, parei para escrever. Às vezes, brota-me uma vontade incrível de expressar algo. Esta vontade muitas vezes nasce de uma percepção. Mas, agora, confesso que nenhuma delas passou por aqui. Simplesmente, senti um movimento no peito e um desejo do que não sei.
São muitos os motivos que levam alguém a colocar algo no papel. Este impulso é um mistério. É uma força capaz de nos mover de uma zona qualquer (confortável ou não), para traduzir pensamentos e sentimentos.
Tal impulso é poderoso. Afinal, quantas coisas na terra seriam tão fortes e capazes de mover a nós mesmos? O homem, sabe-se, é uma fortaleza inescrutável quando assim decide ser.
Contudo, o que eu gosto mesmo é falar de sentimentos. Sabe, aqueles sentimentos que impossível se é traduzir em palavras? É justamente por ser difícil que amo o desafio. Não sei se consigo, ou melhor, muitas vezes sei que não sou capaz de expressar exatamente aquilo que vi com o coração. Outras vezes, surpreendo-me eu mesmo com a forma como descrevo uma emoção. E quando eu mesmo gosto, sinto que alcancei meu objetivo.
Dias atrás, criei a frase: sensibilidade é a arte de se espremer a pedra e se tirar poesia. Eu gostei dela. No entanto, confesso: não nasceu assim. Na cena que vi, havia uma pedra que vertia suco de laranja. Então eu escrevi: sensibilidade é espremer a pedra para se beber poesia... E confesso mais uma vez: nem mesmo esta última saiu pronta desta forma.
Através dela, quis dizer, uma pessoa sensível é aquela cuja percepção a capacita olhar coisas brutas, sem valor, sem forma definida, sem beleza, esquecidas, rejeitadas, desapercebidas e, daquilo, extrair algo bonito.
Após tê-la escrito e modificado algumas vezes, divulguei-a entre amigos. Já era passado algum tempo e eu ainda continuava a pensar na frase. Foi neste instante que ela reinterpretou-se para mim. Como? Bem, foi assim...
A frase fazia parte de um poema que escrevi. Resolvi criá-lo como uma brincadeira, após, numa dinâmica de grupo, ser submetido a uma avaliação acerca de meu grau de sensibilidade (do ponto de vista sentimental). Então, a reinterpretação que me surgia consistia em: “apesar da crítica (pedra), eu a transformava em poesia (texto)”. Logo, entendi que talvez meus avaliadores a tenham interpretada desta forma e, consequentemente, eu os consideraria apedrejadores.
Então, imaginei, que besteira fizera. Agora sim, de uma vez por todas, deveras estariam perante um sujeito com muito pouca sensibilidade.
Equívocos como estes acontecem às pencas, em todo lugar, a toda hora, em todo momento, com toda classe de pessoas. Talvez seja este um dos motivos pelo qual Jesus nos instruiu: não julgues... Ao fazê-lo, o risco de cometermos injustiças é potencialmente alto. O coração é o que há de mais sensível. Sensibilidade é saber entender o que ele fala. Sensibilidade é perceber que no mundo, não só de bastão sofre um coração, mas também, de interpretação.
Escrito em 03/06/2011 Continue lendo >>
São muitos os motivos que levam alguém a colocar algo no papel. Este impulso é um mistério. É uma força capaz de nos mover de uma zona qualquer (confortável ou não), para traduzir pensamentos e sentimentos.
Tal impulso é poderoso. Afinal, quantas coisas na terra seriam tão fortes e capazes de mover a nós mesmos? O homem, sabe-se, é uma fortaleza inescrutável quando assim decide ser.
Contudo, o que eu gosto mesmo é falar de sentimentos. Sabe, aqueles sentimentos que impossível se é traduzir em palavras? É justamente por ser difícil que amo o desafio. Não sei se consigo, ou melhor, muitas vezes sei que não sou capaz de expressar exatamente aquilo que vi com o coração. Outras vezes, surpreendo-me eu mesmo com a forma como descrevo uma emoção. E quando eu mesmo gosto, sinto que alcancei meu objetivo.
Dias atrás, criei a frase: sensibilidade é a arte de se espremer a pedra e se tirar poesia. Eu gostei dela. No entanto, confesso: não nasceu assim. Na cena que vi, havia uma pedra que vertia suco de laranja. Então eu escrevi: sensibilidade é espremer a pedra para se beber poesia... E confesso mais uma vez: nem mesmo esta última saiu pronta desta forma.
Através dela, quis dizer, uma pessoa sensível é aquela cuja percepção a capacita olhar coisas brutas, sem valor, sem forma definida, sem beleza, esquecidas, rejeitadas, desapercebidas e, daquilo, extrair algo bonito.
Após tê-la escrito e modificado algumas vezes, divulguei-a entre amigos. Já era passado algum tempo e eu ainda continuava a pensar na frase. Foi neste instante que ela reinterpretou-se para mim. Como? Bem, foi assim...
A frase fazia parte de um poema que escrevi. Resolvi criá-lo como uma brincadeira, após, numa dinâmica de grupo, ser submetido a uma avaliação acerca de meu grau de sensibilidade (do ponto de vista sentimental). Então, a reinterpretação que me surgia consistia em: “apesar da crítica (pedra), eu a transformava em poesia (texto)”. Logo, entendi que talvez meus avaliadores a tenham interpretada desta forma e, consequentemente, eu os consideraria apedrejadores.
Então, imaginei, que besteira fizera. Agora sim, de uma vez por todas, deveras estariam perante um sujeito com muito pouca sensibilidade.
Equívocos como estes acontecem às pencas, em todo lugar, a toda hora, em todo momento, com toda classe de pessoas. Talvez seja este um dos motivos pelo qual Jesus nos instruiu: não julgues... Ao fazê-lo, o risco de cometermos injustiças é potencialmente alto. O coração é o que há de mais sensível. Sensibilidade é saber entender o que ele fala. Sensibilidade é perceber que no mundo, não só de bastão sofre um coração, mas também, de interpretação.
Escrito em 03/06/2011 Continue lendo >>
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