quarta-feira, 27 de julho de 2011

Sopa de letrinhas

Sei que já o afirmei, às vezes, surge-me uma profunda necessidade, um desejo ardente de escrever.

Escrever não é tarefa fácil. Alguns dias atrás percebi, ao ler um texto no jornal, que me utilizei de uma fórmula um pouco desgastada na arte de expressar. Senti desgastada por senti-la familiar demais. Um pouco sem graça, diria.

Naquele texto, o autor, ousava um tom melancólico, declarado por ele mesmo, e descrevia sua experiência acerca de um passeio descompromissado pela cidade. Para mim, nada de novo. O texto tinha um gosto de isopor.

Mas, não seria suficientemente insensível para que não o observasse de outro ponto de vista. Se eu misturasse um pouco daquela mesma melancolia, é provável que a leitura me transmitisse a mesma sensação. Creio que falhou em enviar junto ao texto seus condimentos. Não havia comigo nenhuma pitada daquela especiaria no dia em que o li.

Esta experiência fez-me refletir sobre que escrevo e do modo como escrevo. Não quero que meus leitores sintam-se como que mastigassem um pedaço de bucho destemperado.

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segunda-feira, 18 de julho de 2011

Pinceladas

Na manhã daquele domingo vi algo diferente, e tem a ver com pincéis...

Eu vi um pintor que, usava um único pincel numa de suas obras mais sensíveis e delicadas. Tratava-se de uma pintura complexa, repleta de detalhes e rica em nuanças. Ao finalizar a obra, o artista não expressava verdadeiramente seu sentimento, pois, com tantos traços diferentes a desenhar, e utilizando-se do mesmo pincel, era-lhe impossível que conseguisse. O resultado não foi satisfatório.

Em contrapartida, o artista tinha agora a sua disposição inúmeros tipos de pincéis. Pincéis largos, pincéis curtos, chatos e redondos. Para cada necessidade, enriquecia-se a obra pelo pincel cujo traço era o mais adequado e apropriado. O resultado sobrepujou sobremaneira a qualidade da primeira pintura.

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sexta-feira, 15 de julho de 2011

Vaidade e necessidade

No capítulo 10, Evangelho de São Marcos, a Bíblia narra o encontro de Jesus com uma grande multidão.

Caminhavam todos quando, de repente, Tiago e João preparam um pedido ao Senhor: Mestre, queremos que nos faça o que te pedimos, verso 35.

O tom empregado soa mesmo como uma exigência, ou, uma sugestão no mínimo irrecusável. Jesus deu-lhes a oportunidade para que abrissem seus corações: Que quereis que vos faça?, verso 36.

Naquele instante, Jesus dirigia-lhes a atenção e, creio, capricharam no pedido, que, creio ainda, havia algum tempo acalentavam em seus corações: Concede-nos que na tua glória nos assentemos, um à tua direita, e outro à tua esquerda, verso 37.

A resposta imediata de Jesus foi: Não sabeis o que pedis..., verso 38.

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