sexta-feira, 15 de julho de 2011

Vaidade e necessidade

No capítulo 10, Evangelho de São Marcos, a Bíblia narra o encontro de Jesus com uma grande multidão.

Caminhavam todos quando, de repente, Tiago e João preparam um pedido ao Senhor: Mestre, queremos que nos faça o que te pedimos, verso 35.

O tom empregado soa mesmo como uma exigência, ou, uma sugestão no mínimo irrecusável. Jesus deu-lhes a oportunidade para que abrissem seus corações: Que quereis que vos faça?, verso 36.

Naquele instante, Jesus dirigia-lhes a atenção e, creio, capricharam no pedido, que, creio ainda, havia algum tempo acalentavam em seus corações: Concede-nos que na tua glória nos assentemos, um à tua direita, e outro à tua esquerda, verso 37.

A resposta imediata de Jesus foi: Não sabeis o que pedis..., verso 38.

E Jesus continua: ...o assentar-se à minha direita, ou à minha esquerda, não me pertence a mim concedê-lo, mas isso é para aqueles a quem está reservado, verso 40.

Após os esclarecimentos, continuaram seu caminho, quem sabe, um pouco frustrados. Fora como um balde de água fria em suas tão legítimas pretensões.

Adiante, havia um cego chamado Bartimeu que, mendigava junto ao caminho. Ele clamava por encontrar Jesus, ao passo que, a multidão o repreendia.

Tanto gritou o homem que Jesus pediu que o trouxessem. Ao se encontrarem, Jesus dá-lhe a oportunidade para que abrisse seu coração: Que queres que te faça? E o cego lhe disse: Mestre, que eu tenha vista, verso 51.

Naquele instante, Jesus o cura e diz: Vai, a tua fé te salvou. E logo viu, e seguiu a Jesus pelo caminho, verso 52.

Neste texto, Jesus fez a mesma pergunta em duas ocasiões próximas, porém, suas respostas foram distintas.

Finalizando, vejo aquela mesma multidão a desaparecer no horizonte com Jesus. Ao lado dele, um homem agora salvo, saltando de alegria pelo que lhe havia sido concedido. Do outro lado, os dois irmãos, quem sabe, tristes e pesarosos por não haver recebido o que queriam. Ironicamente, Bartimeu enxergava perfeitamente qual era sua verdadeira necessidade, enquanto que, Tiago e João, não. Sua vaidade os cegava.

E quanto a nós?

Escrito em 15/07/2011.

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