terça-feira, 5 de junho de 2012

Sabedoricidas

Conta-nos a Bíblia, Salomão tornou-se tão sábio, que sua fama se estendeu além dos limites de sua nação.

Durante seu reinado, Salomão dedicou-se a escrever muitas de suas percepções acerca da Sabedoria. Um dos seus ensinos mais profundos resume-se em: não há sabedoria na incapacidade de raciocínio.

Bem, é claro que isto parece óbvio. Contudo, o óbvio e o trivial são inúmeras vezes menosprezados, exatamente por serem como são.

Salomão percebeu que, a Sabedoria, apesar de ser preexistente, independente e dotada de personalidade, manifestava-se em sua vida por meio de seu intelecto e raciocínio. Seus pensamentos o levariam a refletir acerca de suas percepções que, posteriormente, o levaria às ações sábias.

Baseado neste aprendizado, Salomão aconselha a manter a mente equilibrada e fugir de tudo o que possa entorpecê-la.

Não é por mero acaso que um dos seus temas preferidos é o vinho: “O vinho é escarnecedor, a bebida forte alvoroçadora; e todo aquele que neles errar nunca será sábio” Provérbios 20:1.

Em outro provérbio, ele aconselha: “Não é próprio dos reis, ó Lemuel, não é próprio dos reis beber vinho, nem dos príncipes o desejar bebida forte...” Provérbios 31:4.

O efeito do álcool sobre o cérebro humano é devastador. Sob a sua ação, muitos destroem e são destruídos. Não há clareza, não há limites, não há ponderação.

Contudo, não somente o vinho, segundo Salomão, é capaz de nos paralisar o raciocínio. Há algo tão perigoso quanto: a sedução.

Seus conselhos são clamores para que o homem se desvie e evite a exposição. Os hormônios sexuais, quando atingem determinada concentração, dominam-nos como o próprio vinho.

Como evitá-los? Bem, conhecedor da natureza humana, o rei nos alerta: “Porque os lábios da mulher estranha destilam favos de mel, e o seu paladar é mais suave do que o azeite” Provérbios 5:3.

E se este é um perigo tão gostoso e tão agradável, a melhor forma de proteção é exatamente como orienta: “Não se desvie para os caminhos dela o teu coração, e não te deixes perder nas suas veredas” Provérbios 7:25. Em outras palavras: fuja!

Por fim, existe ainda mais um entorpecente do qual devemos guardar nossas mentes. Ele se chama, ira.

Quando nos iramos, somos incapazes de raciocinar com clareza. Porventura, não se diz do colérico: “Perdeu a cabeça”?

A cólera faz-nos perder o juízo e o bom senso. È exatamente como se estivéssemos sob o efeito do vinho ou nas mãos da mulher sedutora. E é obvio que tomaremos decisões que nos levarão na direção errada.

Quando a ira toma conta do homem, ele corre o sério risco de abraçar o prejuízo. É por isto que devemos fugir dela. Acerca da ira, Salomão escreveu: “O homem de grande indignação deve sofrer o dano...” Provérbios 19:19. Ou ainda: “O que se indigna à toa fará doidices...” Provérbios 14:17.

Para o rei, este é um problema tão sério, que não basta não se irar, mas também, evitar os que se iram: “Não sejas companheiro do homem briguento nem andes com o colérico” Provérbios 22:24.

Pelo contrário, há benefícios para os que não se deixam embriagar dela: “A prudência do homem faz reter a sua ira, e é glória sua o passar por cima da transgressão” Provérbios 19:11.

E também: “Melhor é o que tarda em irar-se do que o poderoso, e o que controla o seu ânimo do que aquele que toma uma cidade” Provérbios 16:32.

A ira e a Sabedoria são como água e óleo: “Não te apresses no teu espírito a irar-te, porque a ira repousa no íntimo dos tolos” Eclesiastes 7:9.

Cuidado para não se envenenar contra a Sabedoria!

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