terça-feira, 9 de outubro de 2012

Nostalgésico

O menino parecia um pouco triste, quando a vaca aproximou-se para conversar...

 - Olá amigo meu, sobre o que tu estás a pensar?
- Olá amiga minha, só estava aqui me lembrando de algumas coisas...
- Eu poderia saber que coisas são?
- É claro que podes... Eu pensava sobre as coisas que fazia quando eu ainda era apenas uma criança.

Neste momento, a vaca fez uma pausa para reflexão. Afinal, não era exatamente um adulto que conversava com ela.

- Estou curiosa, prossiga!
- Eu me lembrava da época em que nos reuníamos e colhíamos o milho e tirávamos o leite das vacas!
- Desta última eu me lembro muito bem..., disse a vaca com um pouco de ironia.
- Eu e meus irmãos encontrávamos nosso pai no campo. Quando chegávamos lá, ajudávamos a cortar e a carregar as espigas na carroça.
- E isto era muito especial para ti?
- Era mesmo, tu não imaginas como...
- E por que era tão especial?

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terça-feira, 5 de junho de 2012

Sabedoricidas

Conta-nos a Bíblia, Salomão tornou-se tão sábio, que sua fama se estendeu além dos limites de sua nação.

Durante seu reinado, Salomão dedicou-se a escrever muitas de suas percepções acerca da Sabedoria. Um dos seus ensinos mais profundos resume-se em: não há sabedoria na incapacidade de raciocínio.

Bem, é claro que isto parece óbvio. Contudo, o óbvio e o trivial são inúmeras vezes menosprezados, exatamente por serem como são.

Salomão percebeu que, a Sabedoria, apesar de ser preexistente, independente e dotada de personalidade, manifestava-se em sua vida por meio de seu intelecto e raciocínio. Seus pensamentos o levariam a refletir acerca de suas percepções que, posteriormente, o levaria às ações sábias.

Baseado neste aprendizado, Salomão aconselha a manter a mente equilibrada e fugir de tudo o que possa entorpecê-la.

Não é por mero acaso que um dos seus temas preferidos é o vinho: “O vinho é escarnecedor, a bebida forte alvoroçadora; e todo aquele que neles errar nunca será sábio” Provérbios 20:1.

Em outro provérbio, ele aconselha: “Não é próprio dos reis, ó Lemuel, não é próprio dos reis beber vinho, nem dos príncipes o desejar bebida forte...” Provérbios 31:4.

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quarta-feira, 21 de março de 2012

Vacina da alma

É de difícil explicação, senão mesmo, impossível.

A alma geme e, não raro, o indivíduo não entende o que nela passa. Existe sim uma ferida que não aceita um curativo ou uma bandagem. Não há como submetê-la a uma cirurgia. Não há como tocá-la com as mãos. A dor está lá, mas ninguém a vê. A dor presente somente a sente quem a suporta. Aos outros, aquilo é incompreensível.

O que se espera ao olhar-se no espelho? É óbvio que ver o próprio rosto. Contudo, o que acontece se, ao encará-lo, não se vê a própria face? A primeira reação, indubitavelmente, seria uma súbita surpresa.

É impossível olhar o espelho e não se surpreender com a própria ausência. Assim, afirmo que somos incapazes de evitar algumas feridas. Tal qual a surpresa do espelho que não reflete o que nos parecia trivial.

Um bebê não se surpreende se seu rosto não reflete. Se eu fosse criança, este seria um problema que eu jamais sofreria e, sobre o qual eu jamais escreveria.

Logo, quando uma criança cresce e alcança alguns saberes na vida, saberá o que se espera ao usar um espelho. Eu acho que cresci. Então, as diferentes expectativas são sinais do que nos tornamos.

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sexta-feira, 21 de outubro de 2011

A Digital Eterna

Um pouco mais de filosofia. Novamente, penso em assuntos da existência...

Tu, não és tu verdadeiramente. Um dia verei quem realmente sou. Acordarei deste sonho e verei o real. A Bíblia afirma que, no evento da morte, o espírito volta a Deus; enquanto o corpo, ao pó. Ela não afirma que, o espírito dos bons voltam a Ele e que o dos maus não. Todos voltam à única Fonte. O verdadeiro eu é somente aquilo que a Deus volta, enquanto, o resto, são como pinceladas numa tela, numa folha de papel em branco que um dia despertou neste mundo.

Nós tivemos uma chance. De repente, nosso verdadeiro eu é envolvido por uma personalidade vivente e habitamos um corpo. Em outras palavras, uma essência coberta por uma casca física e psíquica.

Em outra ocasião, escrevi sobre o sentido do nascer. Relacionando o tema com a salvação do homem, conquistada por Jesus, perguntava-me: como poderia Deus, permitir um nascimento que um dia será lançado no inferno e sofrerá eternamente? Não seria melhor que o tivesse poupado? Naquela ocasião, conclui que poupá-lo seria mais cruel que o risco que se corre.

Partindo deste ponto de vista, a alma, seria viável a ideia de aniquilá-la ou separá-la eternamente. O verdadeiro “eu”, o espírito, se conservaria para sempre. Seria como manter o DNA, mesmo depois que o corpo não mais existisse e a alma, a vontade, a mente e emoções fossem apagadas.

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quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Quebra-cabeça

Existem assuntos sobre os quais há muito tempo medito. Um deles, a minha vocação.

Um balanço destes anos, envolvido em Sua obra, fazem-me continuamente refletir: por que faço o que faço?

Admiro aqueles que, segundo minha observação, demonstram firme convicção de seus papéis e suas obras. Confesso que até mesmo hoje, sinto como um vazio em meu discurso. É como se eu ainda buscasse crer naquilo que faço, ou acreditar naquilo que devo fazer.

No que se refere a assuntos de salvação, creio compreendê-los. É verdade que senti genuína vontade de compartilhá-la. Diante do sofrimento humano, também senti genuína compaixão e o desejo de preencher as lacunas do que carece o mundo.

Como disse, sempre que me deparo diante de alguém que parece convicto daquilo que anuncia, admiro-o. Compreendo que tal pessoa entendeu algo que eu mesmo ainda não.
Diante desta situação, comecei a clamar por entendimento e, minhas palavras foram: “Faz-me entender aquilo que ainda não entendi”.

Com o passar do tempo, percebia que algo mudava na maneira como enxergava algo. Repentinamente, alguma coisa fazia real sentido para mim. Minha defesa já não era da boca para fora, no entanto, tratava-se daquilo que verdadeiramente cria e ardia em meu coração. A consequência imediata disto foi a necessidade de compartilhar. Daquele momento em diante, todos os meus pensamentos e ações passariam pelo clivo desta nova maneira de pensar.

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segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Lágrimas à grega

As Escrituras Sagradas descrevem duas ocasiões em que Jesus chorou. Na primeira delas, Jesus chora diante do túmulo do amigo Lázaro (João 11:35).

A palavra “chorou” neste trecho, é a palavra grega edakrusen, derivada da palavra δακρύω (Dakruo, ver Strong #1145). Dakruo faz referência preferencialmente a um choro silencioso, um discreto verter de lágrimas. Esta é a única ocasião em que esta palavra aparece em todo Novo Testamento.

Em contrapartida, a palavra κλαίω (Klaio, ver Strong #2799), denota lamentar-se alto, gemer e soluçar, ou seja, um choro extravagante. Entretanto, mesmo o verter discreto das suas lágrimas chamou atenção, como se vê no verso 36: “Disseram, pois, os judeus: Vede como o amava”. Jesus não escondeu seu choro, e este sinal motivou tal reconhecimento da parte dos judeus.

É interessante notar que, nos versos 31 e 33, as palavras klause, klaiousan e klaiontas (derivadas de klaio), descrevem o choro de Maria irmã de Lázaro e, alguns judeus que a acompanhavam. Isto quer dizer que, enquanto estes choravam desesperados a morte de Lázaro, Jesus chorava sereno.

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sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Irão realmente os tímidos para o inferno?

Foram muitas as ocasiões que sentado em frente a um pregador da Palavra de Deus, ou até mesmo, da boca de outros irmãos, ouvi afirmações tais como: "Os tímidos não herdarão o reino dos céus" ou, "Deixe sua timidez de lado. Fale de Cristo, pois, os tímidos não herdarão o reino dos céus", ou ainda, "Cante, dance, deixe a liberdade do Espírito tomar conta de você e não seja tímido, pois os tímidos não herdarão o reino dos céus..."

Para uma pessoa tímida, o que seria mais amedrontador? Todas as vezes em que fora empregada, o apelo trazia explícito a condenação da inibição.

Após algum tempo de estudos, análises e meditação, resolvi escrever este pequeno artigo, para que, de acordo com o entendimento que adquiri, esclareça a quem se refere o Autor do texto Sagrado.

Bem, para iniciarmos, não existe nenhum texto bíblico que afirme que os tímidos não herdarão o reino dos Céus. Existe, porém, neste contexto, a expressão “herdar o reino de Deus”, aliás, muito utilizada pelo Apóstolo São Paulo. Numa de suas cartas, ele nomeia algumas classes de pecadores que não herdariam o reino de Deus, tais como, idólatras, adúlteros, homossexuais, ladrões, entre outros (I Coríntios 6:10). Encontramos também algo semelhante em Efésios 5:5.

Em outro texto, no livro de Apocalipse, São João descreve uma lista semelhante à de São Paulo, onde, os tímidos são elencados como aqueles que sofrerão a segunda morte, lançados no lago de fogo e enxofre.

Assim, os cristãos misturam os dois textos. Logo, atribuem o castigo descrito por São Paulo a um dos presentes na lista de São João. Apesar de castigo e condenados aparecem em listas separadas, creio que se trata do mesmo julgamento. Somente deixo claro que são textos diferentes.

É necessário que tenhamos um entendimento correto da Palavra de Deus para não cairmos em erros e levarmos muitos a praticá-los. Por causa disto, infelizmente, existem muitas heresias e falsos ensinamentos. Acredito que tais erros, na maior parte, surjam, não de forma intencional (afinal de contas, qual pregador consciente de sua responsabilidade em Cristo gostaria de cometer uma heresia?). Todavia, falsas interpretações podem levar milhares ao inferno e, é verdade que muitos são usados pelo diabo.

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quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Último amor

Dentre todas as palavras que escolhesse,
Ou sentenças que escrevesse
A teu respeito o que penso,
Desnecessárias, pois, seriam.
Bastaria, eu te amo, Letícia,
E oxalá tu me entendesses.


Amanhã, não importará a cor de seus cabelos,
O tom de sua pele, a espessura dos seus lábios
Por mais lindo e desejado
Que seja a forma do teu rosto.

Ou a beleza do sorriso,
O olhar leve, a boca macia,
As mãos quentes e a voz suave
Com que ouço melodias
Dentro do coração.

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quarta-feira, 27 de julho de 2011

Sopa de letrinhas

Sei que já o afirmei, às vezes, surge-me uma profunda necessidade, um desejo ardente de escrever.

Escrever não é tarefa fácil. Alguns dias atrás percebi, ao ler um texto no jornal, que me utilizei de uma fórmula um pouco desgastada na arte de expressar. Senti desgastada por senti-la familiar demais. Um pouco sem graça, diria.

Naquele texto, o autor, ousava um tom melancólico, declarado por ele mesmo, e descrevia sua experiência acerca de um passeio descompromissado pela cidade. Para mim, nada de novo. O texto tinha um gosto de isopor.

Mas, não seria suficientemente insensível para que não o observasse de outro ponto de vista. Se eu misturasse um pouco daquela mesma melancolia, é provável que a leitura me transmitisse a mesma sensação. Creio que falhou em enviar junto ao texto seus condimentos. Não havia comigo nenhuma pitada daquela especiaria no dia em que o li.

Esta experiência fez-me refletir sobre que escrevo e do modo como escrevo. Não quero que meus leitores sintam-se como que mastigassem um pedaço de bucho destemperado.

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segunda-feira, 18 de julho de 2011

Pinceladas

Na manhã daquele domingo vi algo diferente, e tem a ver com pincéis...

Eu vi um pintor que, usava um único pincel numa de suas obras mais sensíveis e delicadas. Tratava-se de uma pintura complexa, repleta de detalhes e rica em nuanças. Ao finalizar a obra, o artista não expressava verdadeiramente seu sentimento, pois, com tantos traços diferentes a desenhar, e utilizando-se do mesmo pincel, era-lhe impossível que conseguisse. O resultado não foi satisfatório.

Em contrapartida, o artista tinha agora a sua disposição inúmeros tipos de pincéis. Pincéis largos, pincéis curtos, chatos e redondos. Para cada necessidade, enriquecia-se a obra pelo pincel cujo traço era o mais adequado e apropriado. O resultado sobrepujou sobremaneira a qualidade da primeira pintura.

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sexta-feira, 15 de julho de 2011

Vaidade e necessidade

No capítulo 10, Evangelho de São Marcos, a Bíblia narra o encontro de Jesus com uma grande multidão.

Caminhavam todos quando, de repente, Tiago e João preparam um pedido ao Senhor: Mestre, queremos que nos faça o que te pedimos, verso 35.

O tom empregado soa mesmo como uma exigência, ou, uma sugestão no mínimo irrecusável. Jesus deu-lhes a oportunidade para que abrissem seus corações: Que quereis que vos faça?, verso 36.

Naquele instante, Jesus dirigia-lhes a atenção e, creio, capricharam no pedido, que, creio ainda, havia algum tempo acalentavam em seus corações: Concede-nos que na tua glória nos assentemos, um à tua direita, e outro à tua esquerda, verso 37.

A resposta imediata de Jesus foi: Não sabeis o que pedis..., verso 38.

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quarta-feira, 8 de junho de 2011

Chocovaca ou Vacatoni?

Esta aconteceu hoje e, tão logo soube do caso, resolvi colocá-lo no papel...

- Tu não vieste ver-me ontem, disse-lhe a vaca, um tanto consternada.
- Desculpa... é que... eu estava muito ocupado com pensamentos.
- Pensamentos? Posso saber?
- Eu pensava naquilo que provavelmente falta em minha vida.
- Falta em tua vida? Mas... que poderia te faltar?
- Também não sei... Pensei, pensei, pensei... mas, não encontrei.
- Então que te faz pensar que te falta algo?
- É que sinto como se faltasse. Não sei bem como explicar... às vezes, a vida parece tão monótona...
- Eu poderia ajudá-lo a descobrir.
- Tu farias isto por mim? Se tu podes, continues!
- Pois bem, antes de continuarmos, corra até tua casa e traga o livro de receitas de tua mãe.
- Livro de receitas? Como assim?
- Vamos, corra lá e traga o livro. Tu não queres que te ajude?
- Eu não entendo como isto pode me ajudar, mas, se tu insistes...

O menino correu até a casa e voltou cerca de uma hora depois com o livro de receitas de sua mãe. Ficou contente em trazê-lo sem que algum adulto o questionasse do porquê levava-o consigo ao campo.

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sexta-feira, 3 de junho de 2011

Coração, bastão, interpretação

Hoje, parei para escrever. Às vezes, brota-me uma vontade incrível de expressar algo. Esta vontade muitas vezes nasce de uma percepção. Mas, agora, confesso que nenhuma delas passou por aqui. Simplesmente, senti um movimento no peito e um desejo do que não sei.

São muitos os motivos que levam alguém a colocar algo no papel. Este impulso é um mistério. É uma força capaz de nos mover de uma zona qualquer (confortável ou não), para traduzir pensamentos e sentimentos.

Tal impulso é poderoso. Afinal, quantas coisas na terra seriam tão fortes e capazes de mover a nós mesmos? O homem, sabe-se, é uma fortaleza inescrutável quando assim decide ser.

Contudo, o que eu gosto mesmo é falar de sentimentos. Sabe, aqueles sentimentos que impossível se é traduzir em palavras? É justamente por ser difícil que amo o desafio. Não sei se consigo, ou melhor, muitas vezes sei que não sou capaz de expressar exatamente aquilo que vi com o coração. Outras vezes, surpreendo-me eu mesmo com a forma como descrevo uma emoção. E quando eu mesmo gosto, sinto que alcancei meu objetivo.

Dias atrás, criei a frase: sensibilidade é a arte de se espremer a pedra e se tirar poesia. Eu gostei dela. No entanto, confesso: não nasceu assim. Na cena que vi, havia uma pedra que vertia suco de laranja. Então eu escrevi: sensibilidade é espremer a pedra para se beber poesia... E confesso mais uma vez: nem mesmo esta última saiu pronta desta forma.

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terça-feira, 31 de maio de 2011

A lenda da Sensibilidade

Morava um indiozinho
Numa oca da floresta
Era simples sua casa
E na porta tinha fresta.

Seu pai era caçador
E o menino também seria
Ajudava lá no campo
E trabalhava com alegria.

A arte o menino aprendeu
Seu pai ficava em casa
Já estava velho, coitadinho
E na esteira descansava.

Tossia muito o velhinho
Não se sabia o porquê
E logo, algo veio
À cabeça de Cauê:

Nas noites onde há ventania
Ouço a porta que sibila
O vento que aqui entra
Ele engole e não aguenta!

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segunda-feira, 21 de março de 2011

Lembranças da casa dos avós

Lembro-me que amava a casa dos meus avós. Uma casa de madeira, simples, muito simples, nem pintura tinha. Os objetos me encantavam... Gostava muito da passadeira emborrachada, decorada de arabescos. Eu contornava suas linhas com os olhos e amava sentir sua textura lisa e gelada.

Na sala havia um armário em madeira. Era o tempo dos móveis que duravam bastante. Ele ficava encostado na parede à direita da porta da cozinha. As janelas da sala eram em madeira, e os vidros eram erguidos e presos no alto por travas em forma de borboletas. Também tinha duas abas que se abriam, uma para a esquerda e outra para a direita. Nas manhãs, quando fechadas, os raios de sol penetravam por entre as frestas. Dela, era possível ver o cajueiro. Foi naquela janela que vi meu avô pela última vez. Eu passava no caminho e ele, sentado em sua cadeira, com os braços cruzados na base da janela, descansava o queixo sobre eles. Parecia triste. Aquela foi a última vez que o vi. Se eu soubesse disto, teria olhado uma vez mais.

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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Por que brilham as estrelinhas?

Esta manhã me perguntava: por que brilham as estrelinhas? Entendi que toda estrela deseja ser criança. Então, elas emitem sua luz e correm para a Terra na esperança de que, ao olhar o céu, contemplem o seu brilho. E estes pensamentos, inspiraram-me alguns versos.

Esta manhã me perguntava:
Por que brilha uma estrelinha?
Entendi que seu desejo
É ser menino ou menina.

Ela emite sua luz
E corre para a Terra
O seu brilho no escuro
Não se apaga como a vela.

E por isso fui pensando
Nestas coisas do universo
As tão belas pequeninas
Inspiraram-me estes versos.

Dizem que a estrelinha que vemos hoje,
É um sinal da estrelinha que foi um dia
Um ponto de luz majestoso
Suspenso no céu como um guia.

Homens fitavam os céus
As luzes inspiravam-lhes filhos,
Navegantes aguardavam a noite
Magos traçavam caminhos.

Brilham, brilham muito longe,
Estes pontinhos coloridos
Fariam ideia como é
Divertido ser menino?

As distâncias não as intimidam
Pois nasceram pra brilhar
Pouco importa aqui na Terra
Quantos são a contemplar.

A luz que vejo hoje,
Foi a que um dia brilhou
Quão bela, lá no alto
A estrelinha cintilou!

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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Nem sempre evitei amar

Frustração é o efeito colateral de uma expectativa não atendida... Acho que é assim que me sinto agora. Bem, surgem-me algumas lembranças...

Quando eu era criança, eu tinha um papagaio. Costumava deixá-lo subir nas árvores do quintal durante o dia. Ao entardecer, recolhia-o para dentro de casa.

Contudo, uma das tardes foi diferente. Na tentativa de trazê-lo, o papagaio voou sobre o telhado. Corri na direção que tomou. Nunca mais o vi (Junior, perdoe-me por tê-lo assustado).

Eu não chorei, até que, fui indagado sobre seu paradeiro. A confissão trouxe consigo o choro, a voz embargada e as lágrimas abundantes. Confessar, às vezes, faz doer o coração.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Pão sujo

Em certa ocasião, ouvi acerca de alguém que, ultrapassando os limites de sua própria continência, engravidara sua namorada. O pronto julgamento que ouvi foi: esta foi a consequência de seu pecado.

Ao ouvir o parecer, algo soou estranho aos meus ouvidos: consequência de pecado?

Ora, a fornicação foi um erro, no entanto, a gravidez não. A gravidez foi um acerto.

A concepção jamais será consequência de qualquer pecado, pois, na realidade, uma concepção sempre será uma consequência natural. Não importa quão santo, ou quão impuro, quão lícita ou ilícita uma união; um ato sexual consumado encerra a possibilidade da geração de um novo ser.

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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Psicologia bovina do pensamento humano

Na fazenda, ninguém conseguia compreender o fascínio que aquela vaca exercia sobre o menino. Todos sabiam onde encontrá-lo, no final da tarde, nos dias de festas e finais de semana. Empolgado como um cão na presença do dono amado, ele abusava da companhia da vaca amiga...

- Certo, mas agora eu tenho uma novidade para te contar!
- Amo novidades!
- Dentro em breve tu ganharás um novo médico!
- Um novo médico? Bem, sei que estou ficando velha e, é natural que precise de atenção, mas, por que um novo médico?
- Deixas disto, tu estás muito bem.
- Que tu sabes que eu não sei?
- É o filho do veterinário... ele vai morar na cidade para se formar na mesma profissão.
- Uhm... isto é muito bom. No entanto, creio que ainda não existem garantias de que após se tornar doutor, ele venha para estas bandas.
- Tu tens razão. Mas há a possibilidade!
- Sim, nisto eu creio. Sempre há uma possibilidade. Mas, diga-me tu: quando irás a cidade estudar?
- Olha... eu não sei.
- Nunca pensaste nisto?
-Os adultos sempre me lembram disto. Eles sempre perguntam: que queres ser quando crescer?
- E o que tu respondes?
- Não sei. Se eu fosse um girino da beira do lago, eu diria que seria um sapo, uma rã ou uma perereca. Mas, a única coisa que eu consigo pensar é que quando eu crescer serei eu mesmo, só que maior, como meu pai...

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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

O modelo da criação

Mais um se ano se inicia. Para muitos, este é um tempo de reflexão, correções e novos planos. Para nós, cristãos, são constantes as questões: Como construir algo sob a bênção e orientação de Deus? Como alcançar êxito em nosso projeto? Bem, antes de continuar a leitura deste texto, eu sugiro a leitura do primeiro capítulo do livro de Gênesis. Vamos lá?

Um modelo perfeito

Em Gênesis, está o relato da criação, da construção da terra. Este é o modelo escolhido por Deus para construí-la e tudo o que nela há. O Senhor, em sua sabedoria, seguiu alguns passos na realização do seu projeto, que servem de exemplo para a construção dos nossos. Lembremo-nos de que: “O SENHOR com sabedoria fundou a terra, com inteligência estabeleceu os céus” Provérbios 3:19.

O DESPERTAR DE DEUS (1º DIA)

"Disse Deus: Haja luz, e houve luz.."

Repentinamente, a luz se fez. No transcorrer da vida, de repente, somos pegos de surpresa. O entendimento de algo se acerca de nós, como que raios de luz sobre nossas vidas. Este entendimento traz mudança à mente e ao coração.

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